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O problema da China e o capitalismo estatal

China e o Capitalismo Estatal

O regime político chinês e a forma como a economia é tratada no país são temas de diversas obras mundo afora, dentre elas o livro “O Problema da China”, do filósofo inglês Bertrand Russel. 

Na obra, que foi publicada em 1920, o autor traz uma visão favorável ao país face à distância e à orientação ideológica do viés socialista que traz na publicação. O controlador e presidente do Conselho de Administração da Unipar, Frank Geyer Abubakir, constata os erros e acertos de quem leu o livro quase cem anos após a sua publicação.

Segundo Frank Geyer, ele e o autor têm algo em comum: a percepção de que a China viria a se tornar uma questão central para a saúde do planeta Terra. 

O capitalismo estatal e o crescimento sem freio: qual o custo?

Já em meados dos anos 1970, o país se lançou em uma prática de capitalismo estatal, emergindo após anos em uma economia obscurecida pelo então sistema político vigente desde o advento da Revolução Cultural. 

Frank Geyer destaca o custo da mão de obra no país, que é lembrada como uma das mais baratas do mundo. Além disso, ele também evidencia o mercado monopolista chinês como um transformador industrial, e com um mercado interno ainda incipiente. 

Nesse cenário de industrialização, os mais de 700 milhões de pobres da China foram capazes de gerar renda e tornar os mais de 100 milhões de privilegiados em o que se pode considerar como consumidores de luxo desenfreados. 

“A que custo? Perguntam-se vozes cada vez mais agudas, principalmente no Ocidente, e não necessariamente alinhadas a um capitalismo partidário da iniciativa privada”, escreveu Frank Geyer em sua coluna no Portal Neofeed.

Sociedade e meio ambiente: alguns recortes jornalísticos

Frank Geyer aponta diversas matérias, feitas por veículos jornalísticos, que expõem questões ligadas à China, referentes à sociedade e ao meio ambiente. Confira:

The Guardian

Uma delas é do inglês The Guardian, que traz à tona a denúncia de uma professora muçulmana levada à esterilização, em uma campanha do governo para suprimir as taxas de natalidade de mulheres de minorias muçulmanas.

The Wall Street Journal

A matéria do The Wall Street Journal apontou que habitantes do interior da Magnólia são perseguidos por Pequim pela imposição do mandarim como língua oficial.

The Economist

O trabalho forçado é pauta de matéria da The Economist, que mostra o flagelo de minorias étnicas em campos de concentração na região autônoma de Xinjiang. O conglomerado Xinjiang Production and Construction Corps (XPCC) é apontado por manter milícias que subjugam trabalhadores. “Sobre os cuidados ambientais dos chineses, creio ser desnecessário comentar”, escreveu Frank Geyer.

Dois pesos e duas medidas

Em texto para o Neofeed, o autor Frank Geyer usa a expressão popular “dois pesos e duas medidas” para chamar atenção para o fato de que países, empresas e organizações ignoram as “flagrantes distorções do modo capitalista estatal chinês” por pragmatismo.

O Brasil é apontado pelo autor como modelo exemplar de país dessa expressão, já que a China necessita das commodities brasileiras para alimentar os que operam as máquinas de processamento. 

E o que deve ser feito? 

Para Geyer, “devemos ter visão de longo prazo e nos proteger de um sistema que usa duplo padrão em seu próprio e único benefício”.

As democracias são apontadas como sistemas com remédios mais eficientes para as falhas do país. Dessa forma, em um sistema que cobra a todos os outros perfeição absoluta, o objetivo é preservar os nossos empregos, investimentos, ética e humanidade.

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