Aumento da produção de gás natural pode tornar Brasil independente
A produção de gás natural no Brasil vem crescendo aos poucos ano após ano. Em 2021, a média chegou a 134 milhões de metros cúbicos produzidos por dia, segundo dados, que foram divulgados pela Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP).
Essa produção só tende a crescer com a chegada de novos recursos, e diante de todo esse cenário, o Brasil pode se tornar independente na produção de gás natural. Isso vem abrindo oportunidades para o país ao nível mundial.
Entenda mais sobre essas oportunidades assim como o gás natural é administrado do mundo e veja os destaques e projeções para os próximos anos da produção no Brasil.
Como o gás natural é administrado no mundo?
O gás natural é um combustível de origem fóssil, composto por uma mistura de hidrocarbonetos como o metano e o etano. É encontrado na natureza, geralmente em reservatórios no subsolo, resultado da degradação de materiais e resíduos orgânicos.
O processo de obtenção do gás natural é feito através de prospecções, explorações e análises, para então ser encaminhado para as refinarias que fazem a direção para o consumidor final em residências e indústrias. Antes de ser distribuído, o gás natural passa por processamentos onde são retirados impurezas e componentes pesados.
Os maiores produtores de gás natural no mundo, são os países que buscam extrair um grande volume desse combustível fóssil anualmente. Os países que correspondem hoje a maioria dessa produção são os Estados Unidos, Rússia e Irã. O Brasil vem investindo em infraestrutura para aumentar a produção.
A produção de gás natural no Brasil atualmente
De 2020 para 2021, o Brasil apresentou 5% de crescimento na produção de gás natural. A maioria das extrações realizadas no país foi no Rio de Janeiro, lugar que representa 65% das reservas do produto. Já a maior parte da produção, contínua na bacia de Santos, corresponde a 68,1% da produção de gás brasileiro.
Apesar do crescimento, alguns problemas de infraestrutura acabam atrapalhando a produção, como a falta de gasodutos que o país enfrenta já há muitos anos. Novas instalações vêm sendo feitas com o intuito melhorar esses números e resolver esses e outros problemas.
Brasil busca independência na produção de gás natural
Em abril de 2022, o Brasil reinjetou 49% da produção, e o potencial nacional, vem ganhando destaque. As projeções afirmam que a produção líquida de gás natural do Brasil deve aumentar de 64 milhões de metros cúbicos por dia para 136 milhões em 2031, com aceleração a partir de 2026 devido à expectativa de expressiva produção no pós-sal da Bacia do SEAL (Sergipe-Alagoas) e do pré-sal nas Bacias de Campos e Santos, segundo dados da estatal EPE.
“Já existem diversas unidades produtoras em plena operação, tanto terrestres quanto offshore. Temos também alternativas de importação como o TBG (gasoduto Bolívia-Brasil) e seis terminais de GNL ancorados ao longo da costa, que quando somados oferecem mais do que o dobro do consumo de gás de todo o país. Mas a realidade é que o Brasil tem um potencial enorme para se tornar totalmente independente, visto que grande parte da produção vem sendo reinjetada.” , afirma Eduardo Navarro Antonello, consultor energético, fundador da Golar Power e Macaw Energies.
No entanto, mesmo não havendo necessidade de estruturar novos projetos para alcançar essa independência na produção nacional, é preciso trabalhar nos que já estão em andamento, como no caso do “Rota 3” na bacia de Santos que atualmente tem previsão para 2024.
Somando as capacidades de armazenamento dos terminais já em funcionamento e os que estão em fase de finalização, o Brasil se encontra em um momento de grandes oportunidades em relação ao suprimento de gás. Sendo assim, “nos resta aproveitar o posicionamento estratégico do país no setor energético para alavancar a economia com geração de emprego e renda.” segundo Eduardo Navarro Antonello.
Gás natural nacional abre oportunidades na Europa
Desde o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia na Europa, o continente vem sofrendo por conta da crise de energia. Diante desse problema, e do grande potencial que o Brasil projeta na produção de gás natural, novas possibilidades podem ser favoráveis para o país, uma vez que a Europa precisará diversificar o fornecimento desse suprimento.
“Independentemente da postura dos novos governantes, a Europa vai ter que buscar independência energética de forma permanente. E sem dúvida uma aproximação junto ao Brasil poderia ser muito interessante para os europeus, principalmente considerando a importância estratégica de diversificação no suprimento”, comenta Eduardo Navarro Antonello.
Um futuro de oportunidades e investimentos
O potencial do Brasil na produção de gás natural vem sendo visto de forma positiva através de projeções para os próximos anos feitas por especialistas. Esse crescimento vai depender de regulamentações firmes e bons incentivos governamentais para esse fim.
Essas iniciativas podem abrir grandes possibilidades para o Brasil perante ao mundo e trazer de vez sua independência, além valorizar cada vez mais a produção do gás natural, que demonstra alguns benefícios na sua utilização, como facilidade de armazenagem, liberação de menos gases poluentes e alto índice de eficácia.
