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Saúde mental e dificuldades na aprendizagem pós-pandemia

A Saúde mental e as dificuldades na aprendizagem pós-pandemia no Brasil

A saúde mental dos estudantes após o pior momento da pandemia preocupa especialistas e atuantes da área da educação, como Claudia Vieira Levinsohn.

A suspensão das aulas presenciais e, consequentemente, o corte no convívio social entre os alunos impactou o rendimento do ensino e a aprendizagem em diferentes faixas etárias. 

A defasagem provocada pelas aulas remotas e, até mesmo, pela impossibilidade de assistir as aulas on-line preocupam especialistas, e novos desafios surgem para superar as diferenças estruturais instauradas nos últimos dois anos.

Veja mais sobre os problemas da área e como os estudantes foram afetados.

Os problemas que a pandemia trouxe para a educação

A pandemia de Covid-19 levou a um recesso educacional que prejudicou o desenvolvimento infanto-juvenil quanto à aprendizagem básica. Isso porque o Brasil não possui estrutura ou tecnologia para migrar sua base de ensino para o cenário virtual.

Com isso, muitos alunos deixaram de ter acesso às matérias e orientações profissionais, o que atrasou o avanço da educação entre os estudantes mais jovens, que seguem para os próximos anos sem uma base concreta.

Isso gerou uma cadeia de consequências entre os estudantes, comprometendo não apenas seu ritmo de aprendizagem, mas também sua saúde mental, pela falta de acompanhamento de orientadores, além da pressão que a situação demandou nos últimos anos.

Como os estudantes foram afetados com essas dificuldades? 

Além do atraso na aprendizagem, que ficou defasada, os estudantes também sofreram efeitos graves na sua saúde mental pós-pandemia.

Segundo uma pesquisa divulgada pela Agência Senado, 70% dos estudantes relataram quadros de depressão ou ansiedade quando foram consultados sobre o retorno ao ensino presencial.

“Muitos alunos passaram dois anos longe das salas de aula, e a volta das aulas presenciais sem o devido preparo traz uma pressão maior para os estudantes, além da falta de uma base concreta de conhecimento, que afeta sua confiança e estímulos”, opina Claudia Vieira Levinsohn.

O mesmo levantamento mostra que 33% dos alunos afirmam ter dificuldade de se concentrar sobre o conteúdo, enquanto 18% se sentem sob pressão e perdem o sono devido às preocupações de aprendizagem.

Vale reforçar que os profissionais de ensino também não se sentem confiantes com o retorno presencial pós-pandemia. Para 57% dos educadores, o principal desafio será recuperar a aprendizagem dos alunos que foi pedida nos últimos dois anos.

Muitas das grades curriculares dependem que os estudantes tenham um conhecimento prévio, que foi defasado pela pandemia, além de promover um desenvolvimento socioemocional que permita suprir essas demandas.

Assim, a situação de retorno pode trazer ainda mais desafios para os alunos, que já relatam dificuldades e vivenciam os efeitos da condição em sua saúde mental.

Quais os próximos passos?

Diante dessas dificuldades é importante realizar um acompanhamento com os estudantes e monitorar seu progresso, a fim de evitar consequências e danos mais graves a sua saúde mental.

“As instituições de ensino também devem atender as necessidades dos estudantes, e se preocupar em recuperar o ritmo de maneira saudável”, defende Claudia Vieira Levinsohn.

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